14 de dezembro de 2010

Cresce risco de homicídio no país entre jovens negros

09/12/2010 - 08h47
JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA


O risco de um jovem negro ser assassinado cresceu entre 2005 e 2007 no país, chegando a uma probabilidade 3,7 vezes maior em relação a um jovem branco.
Esse índice é maior que o verificado em 2005, quando o risco era três vezes maior em relação a jovens brancos.

As informações fazem parte do (IHA) Índice de Homicídios na Adolescência, que também cresceu, divulgado na quarta-feira (8) pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos.
O chamado IHA estima o número de adolescentes de 12 anos, num grupo de 1.000, que será assassinado antes dos 19 anos.

O IHA nacional em 2007 ficou em 2,67, considerando-se os 266 municípios com mais de 100 mil habitantes. O valor é maior que o de 2006 (2,39) e 2005 (2,51).

Valores acima de um indicam "risco inaceitável de violência letal contra adolescentes", diz a pesquisa.

Estima-se que 32.912 adolescentes serão assassinados entre 2007 e 2013.

ARMAS DE FOGO

O estudo também aponta aumento no risco de homicídio de jovens por arma de fogo e no Nordeste do país.

Em 2005, o risco de assassinato por arma de fogo era 5,47 maior que por outros meios. Em 2007, 5,97.

No Nordeste, as preocupações se concentram sobretudo nos centros metropolitanas de Recife e Maceió.

A capital paulista se manteve abaixo da média nacional (1,7 em 2005 e 1,26 em 2007), assim como boa parte dos municípios de São Paulo. Apenas Votorantim teve índice acima de 3 no Estado.
 
O maior IHA do país foi novamente registrado em Foz do Iguaçu (PR), explicado por fatores como tráfico de drogas e exploração sexual de crianças e adolescentes.

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